O mês de maio foi marcado por um aumento nos emplacamentos e nas exportações de autoveículos, porém a queda na produção acende um sinal de alerta para a ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Emplacamentos
Entre janeiro e 3 de junho, 1 milhão de veículos foram emplacados no país. Somente em maio, o volume de vendas cresceu 8,1% em relação a abril, totalizando 225,7 mil unidades.
Automóveis, comerciais leves e ônibus apresentaram desempenho positivo, enquanto o segmento de caminhões manteve a tendência de queda observada desde abril. Em maio, o recuo foi de 2,1% frente ao mês anterior e de 4,2% na comparação com maio de 2024. Segundo a ANFAVEA, a elevação da taxa de juros tem impactado todo o setor, com efeitos mais severos sobre os segmentos de caminhões pesados e extrapesados.
Exportações
Os embarques do setor em maio alcançaram o melhor resultado desde agosto de 2018, com 51,5 mil unidades exportadas — quase o dobro do volume registrado no mesmo mês de 2024.
No acumulado de 2025, as exportações já ultrapassam 200 mil unidades, marca que só foi atingida em julho do ano passado. O crescimento anual é expressivo: 56,6%.
Importações
Na contramão da balança comercial, as importações seguem em alta, atingindo 190 mil unidades no acumulado do ano, sendo 39,7 mil apenas em maio.
Os modelos estrangeiros foram responsáveis por 54% do crescimento do mercado brasileiro, com destaque para os automóveis, segmento no qual responderam por 65% da expansão.
“Há um saudável aumento do fluxo comercial com a Argentina, mas no caso dos modelos vindos da China, verificamos um ingresso atípico, favorecido por uma taxação muito inferior à aplicada em outros países produtores, o que gera uma perigosa distorção em nosso mercado”.
Igor Calvet, presidente da ANFAVEA
Produção
Apesar do bom desempenho nas vendas internas e nas exportações, a produção caiu 5,9% em maio na comparação com abril, totalizando 214,7 mil unidades.
Em relação a maio de 2024, houve um crescimento de 28,8%. No entanto, a base de comparação é atenuada pelos efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul no ano passado. No acumulado de 2025, a produção registra alta de 10,6% frente ao mesmo período de 2024, somando 1.025,2 mil unidades.
“Tivemos bons resultados nas exportações, impulsionados pelo aquecimento do mercado argentino, e uma média diária positiva de vendas domésticas em maio, com 10,7 mil unidades. O recuo na produção, porém, sinaliza uma perda de participação para os importados, além de certa cautela das montadoras quanto às expectativas de vendas nas próximas semanas.”
Igor Calvet, presidente da ANFAVEA
Fonte: ANFAVEA