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26 de novembro de 2025 por adm_FEF_2024

Protecionismo Verde Ameaça Competitividade da Indústria Brasileira de Fundição – Manifesto Fundição em Foco

Protecionismo Verde Ameaça Competitividade da Indústria Brasileira de Fundição – Manifesto Fundição em Foco
26 de novembro de 2025 por adm_FEF_2024

Por Maria Carolina Garcia │ Portal Fundição em Foco

A indústria brasileira de fundição ocupa papel estratégico no desenvolvimento econômico e tecnológico do país, sendo essencial para segmentos como automotivo, mineração, construção civil, infraestrutura, máquinas e equipamentos.
Ao mesmo tempo, é um setor comprometido com a sustentabilidade, operando em um país que possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo e adotando processos industriais alinhados às boas práticas ambientais globais.

Entretanto, esse compromisso real com a descarbonização e com o uso eficiente de recursos encontra-se hoje ameaçado por uma tendência crescente no comércio internacional: o chamado Protecionismo Verde.

Sob o discurso da preservação ambiental, países desenvolvidos têm criado mecanismos regulatórios e barreiras comerciais que impactam diretamente setores industriais de países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil.
Do lado crítico, essas medidas são recebidas como instrumentos de proteção econômica que prejudicam a competitividade externa, impondo exigências mais rígidas do que aquelas praticadas internamente – mesmo quando os países afetados já cumprem sua legislação ambiental e até apresentam desempenhos superiores.

Por outro lado, os autores de tais políticas as consideram necessárias para combater as mudanças climáticas, reduzir emissões globais e evitar a chamada fuga de carbono.

Diante desse cenário complexo, torna-se condição sine qua non reconhecer a legitimidade da agenda climática internacional, porém sem desmerecer a necessidade de garantir justiça e equilíbrio nas relações comerciais, motivo deste Manifesto.


1. O Brasil produz com energia limpa — e a Fundição acompanha este compromisso

Segundo o Balanço Energético Nacional (BEN) 2025, divulgado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Brasil mantém posição de destaque no cenário global:

  • Em 2024, o setor de energia foi responsável por apenas 20% das emissões totais de CO₂ no país, frente à média global de 76%.
  • A emissão média da geração elétrica brasileira é de 59,9 kg de CO₂ por MWh, uma das mais baixas do mundo.
  • O Brasil emite 1,3 t de CO₂ por tep em sua Oferta Interna de Energia, índice inferior ao observado em países como Estados Unidos, China e membros da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

A indústria de fundição nacional se beneficia diretamente dessa matriz limpa, e vai além: Adota práticas industriais sustentáveis, com forte rigor ambiental.


2. Fundição no Brasil: Um processo industrial que recicla, controla e reduz impactos

A fundição brasileira já opera com tecnologias e práticas que a colocam entre os setores industriais mais avançados em sustentabilidade:

  • Reciclagem contínua de metais, reduzindo a extração de matérias-primas virgens.
  • Controle de emissões atmosféricas, com lavadores de gases, filtros e sistemas de remoção de partículas e metais pesados.
  • Tratamento completo de efluentes, com processos físico-químicos e biológicos.
  • Reuso e valorização de resíduos, como o reaproveitamento de areias descartadas de fundição.
  • Eficiência energética como prioridade, especialmente no uso de fornos, que representam cerca de 60% do consumo total de energia do setor.

Soma-se a isso diagnósticos energéticos, automação, e a integração com fontes renováveis, que reforçam o compromisso crescente com a redução da pegada de carbono no setor.


3. Selo Verde Brasil: Uma oportunidade estratégica para o setor

Instituído em junho de 2024, o Programa Selo Verde Brasil representa um marco na política industrial e ambiental do país.
Ao instituir diretrizes nacionais para a certificação de produtos e serviços sustentáveis, visando normatizar e reconhecer práticas com menor impacto ambiental, o Selo Verde Brasil:

  • Comprova, com base técnica e auditável, a sustentabilidade da produção brasileira;
  • Reforça a defesa comercial do país diante de barreiras injustificadas;
  • Aumenta a competitividade internacional da fundição;
  • Pode tornar-se um selo reconhecido globalmente, desde que levado pelo governo às mesas de negociação internacionais.

Reconhecer oficialmente nossa performance ambiental é essencial para garantir uma concorrência comercial justa.


4. E um aliado no enfrentamento ao Protecionismo Verde

O Protecionismo Verde é uma realidade inquestionável aos países em desenvolvimento, que enxergam em políticas unilaterais como o CBAM – Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira da União Europeia,umabarreira comercial que penaliza produtos mesmo quando operam com menor intensidade de carbono do que seus concorrentes estrangeiros.

Delegações presentes na COP30 destacaram, sem sucesso, o problema destas políticas climáticas unilaterais, desconectadas das realidades produtivas locais, que podem acabar se tornando instrumentos de proteção econômica disfarçados de ambientalismo.

No caso brasileiro — e especialmente no setor de fundição, que já produz com energia limpa, alto índice de reciclagem e rigoroso controle ambiental — essas medidas geram riscos de perda de competitividade e distorções injustas no comércio internacional.

Diante desse cenário, o Selo Verde Brasil emerge como uma resposta estratégica do país ao protecionismo ambiental. Ao certificar oficialmente a baixa intensidade de carbono e as práticas sustentáveis da produção nacional, o Selo:

  • Atua como um mecanismo técnico de comprovação ambiental, reduzindo assimetrias de informação entre países;
  • Fortalece a posição do Brasil em negociações internacionais, permitindo contestar barreiras injustificadas com dados oficiais, auditáveis e padronizados;
  • Alinha a indústria brasileira aos padrões globais de sustentabilidade, tornando difícil para outros países alegarem falta de transparência ou de rastreabilidade;
  • Pode ser reconhecido internacionalmente como um instrumento confiável, desde que o governo atue diplomaticamente para apresentá-lo a organismos multilaterais, parceiros comerciais e blocos econômicos.

Com o Selo Verde Brasil, o país fortalece sua defesa comercial, protege setores estratégicos, como a fundição, e reforça sua posição como produtor industrial de baixa emissão em um mundo cada vez mais orientado pela economia verde.


5. Nosso compromisso

Diante desse cenário, o Portal Fundição em Foco defende:

  1. A urgente atenção das fundições às práticas ambientais de seus fornecedores e ao Programa Selo Verde Brasil, reconhecendo seu desempenho ambiental já consolidado.
  2. A valorização, pelo governo e pelo mercado internacional, da matriz energética limpa brasileira, um diferencial competitivo que precisa ser internalizado em acordos e normas.
  3. A articulação entre indústria, governo e entidades setoriais para garantir que políticas ambientais isoladas não se transformem em instrumentos de protecionismo comercial.
  4. A defesa da indústria brasileira de fundição como setor estratégico, sustentável e alinhado à transição energética mundial.

Conclusão

A indústria brasileira de fundição já é parte da solução climática — Não pode nem deve ser tratada como parte do problema.
Com energia limpa, práticas de reciclagem, reaproveitamento de subprodutos (ADF), controle ambiental rigoroso e forte compromisso com a eficiência energética, a fundição brasileira tem todas as condições de competir de forma justa no mercado global, revertendo a queda das exportações do setor nos últimos anos e aumento exponencial das importações.

O Brasil deve transformar as suas vantagens ambientais em comerciais, e o reconhecimento oficial das autoridades competentes é o caminho para isso.

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1 comments

ESNEDER PENATTI JR disse:
26 de novembro de 2025 às 16:41

Parabéns Maria Carolina. Abordou de forma concisa o cenário atual. Precisamos abandonar de vez o ” complexo de vira lata”. Temos uma produção mais limpa do que muitos paises que abrigam matrizes de empresas que nos obrigam a cumprir metas de sustentabilidade que nem eles mesmos cumprem.
Precisamos de um governo comprometido em mostrar ao mundo este nosso trabalho e nos defender destas obrigações hipócritas.

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